Guerra Malvinas: Queda de Puerto Argentino


Malvinas: Queda de Puerto Argentino Conflitos da América Latina
GuerraMalvinas: Queda de Puerto Argentino Conflitos da América Latina
14-06-1982
Este acontecimento teve inicio em: 14-06-1982 e terminou em 14-06-1982
Vencedor: Reino Unido
Forças em presença: Reino Unido X Argentina

Em 10 de Junho, apenas dois dias depois do desastre de Fitzroy, o comando britânico dá ordens para que as forças britânicas apertem o cerco e avancem contra as posições elevadas mais próximas da capital das ilhas: Mount Longdon, Two Sisters e Mount Harriet. Com estas posições elevadas tomadas, as forças argentinas ficariam completamente encurraladas e ao alcance da artilharia britânica.
Na altura já os britânicos tinham um total de 30 peças de artilharia «Light Gun» de 105mm, mas encontravam-se com problemas de abastecimento.

As forças argentinas que ocupavam aquelas posições estavam preparadas para se defender, e tinham o apoio de artilharia de longo alcance (peças de 155mm) que podia atingir as forças britânicas. Do total de 9.000 homens, 5.000 eram tropas operacionais, e os restantes eram forças de apoio. No entanto, o comando argentino continuava a aguardar um ataque vindo de sudeste, onde sabia que tinha havido movimentações britânicas, e onde sabia ter havido numerosas baixas após o ataque da aviação argentina. Os argentinos tinham retirado os últimos aviões de ataque Aermachi de Port Stanley em 30 de Junho e os últimos helicópteros receberam ordem para retirar em 9 de Junho.

Embora sem apoio aéreo, as forças argentinas contavam ainda com 42 óbuses Oto Melara de 105mm (10.000 munições disponíveis), a juntar aos três de 155mm e ainda a vários Panhard AML armadas com peças de 90mm.

As movimentações britânicas após o segundo desembarque.
Na fase final da batalha as forças britânicas atacam de norte para sul, as posições de Mt.Longdon, Two Sisters e Mt. Harriet.
Tendo tomado Mt. Longdon e Two Sisters, as forças dirigiran-se a Mt. Tumbledown, ao mesmo tempo que tomavam posições a sul.

Mas as condições gerais das tropas argentinas não eram boas. As tropas que ocupavam posições defensivas nas elevações que defendiam a capital das Malvinas, enfrentavam situações de dureza extrema, com temperaturas que chegaram a atingir 12ºC negativos.
Parte dessas forças é constituídas por recrutas das áreas mais quentes da Argentina, não habituados ao frio [2] que vão sofrer o principal impacto do ataque das forças britânicas e serão as primeiras a ceder.
Mas também havia tropas recrutadas na Tierra del Fuego, muito melhor preparadas para situações de frio extremo.
Mas o principal problema argentino era a comida.
Se bem que as forças de apoio em Stanley estivessem abastecidas e houvesse bastante comida para distribuir, e nas posições junto ao mar os soldados tivessem sido regularmente abastecidos, o mesmo não acontecia a apenas 10 a 15km para oeste, onde a logística argentina demonstrou ser absolutamente ineficientes para apoiar as tropas que estavam em combate.

Chegou-se a uma situação em que os militares argentinos responsáveis pela distribuição de rações, exigiam dinheiro para as entregar. Durante dias, as tropas argentinas que enfrentavam um ataque britânico cada vez mais forte mantiveram-se a apenas 12km da sua fonte de abastecimentos, sem que nada fosse feito para resolver o problema.
No entanto, as tropas argentinas, ainda que mal alimentadas, agarraram-se ao terreno dispostas a fazer valer as vantagens da sua posição defensiva, que se encontrava bastante bem municiada, sendo a sua posição mais bem defendida a de Mt.Longdon, que tinha características que a transformavam numa autentica fortaleza.

Perante este tipo de força, a opção dos britânicos foi a de atacar os argentinos de noite, pois as suas forças estavam treinadas para combates nocturnos e tinham a vantagem táctica.
O ataque tem sucesso, mas degenerou num duelo de artilharia, quando a artilharia argentina começa a atingir as posições entretanto tomadas pelos britânicos.
Na noite de 11 para 12 de Junho, ocorre um ataque contra Mt. Longdon. Nesse ataque os britânicos utilizam pela única vêz os seus carros de combate Scorpion (Quatro tinham sido desembarcados nas ilhas), com peça de 76mm para apoiar o ataque às posições argentinas [3]. Quando chega a manhã do do 12 o ataque degenera num duelo de artilharia, entre o Light-gun de 105mm e os canhões de 114mm dos navios britânicos ao largo e os Oto Melara de 105mm utilizados pelos argentinos.
O ataque previsto pelos britânicos para a noite de 12/13 é cancelado, porque se gastaram grande parte das munições e o ataque é adiado para a note de 13/14 de Junho. O último ataque aéreo argentino, ocorre no dia 13 de Junho quando aviões Skyhawk atacam o posto de comando britânico.

Nesse mesmo dia 13 ocorrem ataques britânicos em toda a frente e os combates continuam durante a noite. Na manhã do dia 14 os britânicos concluem que várias forças argentinas pura e simplesmente retiraram das suas posições.

O General Menendez, comandante das forças argentinas considera ainda a possibilidade de retirar com as suas tropas para a área do aeroporto, onde poderia resistir, pois ainda dispõe de bastantes munições e abastecimentos. Mas ao final da tarde do dia 14, numa comunicação estabelecida com o continente, o presidente da Argentina depois de o aconselhar a resistir, perante os argumentos apontados por Menendez decide dar ao comandante das forças argentinas nas Malvinas a palavra final sobre que decisão tomar.
Acreditando que foi «abandonado» pela Junta Militar de Galtieri, desconhecendo a situação logística periclitante das forças britânicas, decide contacta-los para apresentar a rendição das forças argentinas.

A assinatura formal da rendição ocorre às 21:30 do dia 14 de Junho de 1982. Na imagem abaixo, telex enviado para Londres onde se dá conta da rendição das forças argentinas. Na imagem também o general Menendez a direita cumprimenta o comandante das forças britânicas, Ten General J.Moore, à esquerda.


[1] – A pista de Goose Green estava em muito más condições. Era uma pista não asfaltada, que apresentava problemas mesmo para aeronaves ligeiras.
[2] – Embora se tratasse de tropas não habituadas ao frio, estavam equipadas com roupas adequadas, que os britânicos consideravam superiores às suas.
[3] – Os argentinos tinham transportado vários veículos blindados para as ilhas, mas tratava-se de autometralhadoras Panhard, equipadas com peça de 90mm. Por serem veículos 4x4, não eram adequados para utilização naquele terreno.

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