Invasão da Finlândia 30-11-1939


Em 30 Novembro 1939, três meses após a invasão alemã da Polónia pela Alemanha, bombardeiros soviéticos atacaram a capital da Finlândia, Helsinquia. As tropas da Rússia Comunista invadiram a Finlândia, após algumas semanas de tensão entre os dois países, como resultado das exigências do regime comunista de José Estaline, relativamente aos territórios finlandeses próximos à cidade de Leninegrado (atual S.Petersburg).

Antecedentes:

O conflito que ficou conhecido como guerra de inverno, teve origem nas pretensões da Rússia comunista em voltar a controlar ou a influenciar a Finlândia, que como Grão-Ducado, pertencia ao império czarista antes da revolução de 1917.

Entre Setembro e Outubro de 1939 a URSS tinha já garantido pactos com os estados da Letónia, Estónia e Lituânia, que garantiam o controlo do governo de Moscovo sobre aquelas antigas colónias
do império russo, dado implicarem a aceitação da presença de tropas russas dentro dos seus respetivos países.
Entre 11 e 12 de Outubro de 1939, o governo comunista russo exige que a Finlândia entregue à Rússia grandes porções do seu território e autorize o estabelecimento de bases russas em território da Finlândia .
As exigências russas são vistas como inaceitáveis pela Finlândia, que faz várias contra-propostas durante os 30 dias seguintes, tentando aplacar a Rússia. Em 13 de Novembro de 1940 os russos retiram-se das negociações e iniciam de imediato planos para invadir a Finlândia. Quinze dias depois a guerra começava.

No último dia de Novembro, a União Soviética alinhou para o ataque cerca de 450,000 homens. No total as forças soviéticas contavam com 23 divisões de infantaria, 2,000 tanques e 1,000 aviões, além de forças de apoio.
A Finlândia, tinha conseguido mobilizar 180,000 homens organizados em 8 divisões de infantaria além de vários batalhões independentes.
A desproporção no que respeita ao número de homens não parece muito grande, mas a Finlândia tinha utilizado praticamente todas as reservas disponíveis e ainda assim havia uma esmagadora superioridade russa em termos de artilharia, tanques e aviões.

As tropas finlandesas tinham no entanto algumas vantagens táticas. As unidades eram constituídas por pessoal das mesmas regiões, muitas vezes da mesma rua. Oficiais e soldados conheciam-se das suas atividades antes da guerra e o exército finlandês não participava em grandes paradas militares. Ao invés, preparava-se para a guerra.

Entre 3 e 6 de Dezembro, os finlandeses retiram de forma ordenada, conforme previamente estabelecido, para posições defendidas.

Apoio dos países ocidentais.

Após a aliança tácita entre o regime comunista soviético e o regime nacional-socialista alemão (resultado do pacto de não agressão entre Hitler e Estaline) as potências ocidentais, consideraram normal o apoio à Finlândia, pais que não tinha grandes meios de defesa e uma população de apenas 3,6 milhões, que se opunha a um país que tinha um exército com mais de 4 milhões de homens.

Curiosamente, a Alemanha não emitiu grandes protestos para evitar causar problemas a leste, dado estar a preparar a invasão da França a ocidente.

Os países nórdicos, especialmente a Suécia estiveram entre os principais apoiantes dos finlandeses, mas vários outros países apoiaram o governo de Helsinquia e chegaram mesmo a fazer planos para uma intervenção direta na Finlândia.
Mesmo os Estados Unidos, país tradicionalmente neutro, mas onde a Finlândia tinha uma imagem muito positiva, aceitaram fornecer aeronaves de combate.

Os militares britânicos e franceses, desenvolveram inicialmente um plano que consistia no envio de 100,000 britânicos e 35,000 franceses para a Finlandia, A França chegou mesmo a preparar uma divisão. Os planos previam o envio das tropas em 20 de Março de 1940, quase quatro meses após o inicio do conflito.

Apesar da vontade intervencionista da França e da Grã Bretanha (que solicitaram autorização para atravessar território da Noruega e da Suécia) as negociações não chegaram a bom termo e o atraso provocado pelo problema do atravessamento do território deu tempo aos russos para insistirem na sua ofensiva.

A indisponibilidade dos britânicos para disponibilizar todos os transportes marítimos necessários aos franceses, e a indisponibilidade de noruegueses e suecos para permitir a passagem das tropas francesas, acabaram por destruir as últimas esperanças dos finlandeses.

Aceitação das imposições russas

A 13 de Março de 1940, a Finlândia aceitou as exigências territoriais russas e cedeu todos os territórios que o regime comunista russo pretendia.

A Finlandia tinha sofrido 48,500 baixas, sendo 25,000 mortos e 23,500 feridos. Já a Rússia sofrera perdas que ainda hoje não é possível determinar com exatidão. Os valores mais conservadores apontam um total de baixas na ordem do meio milhão sendo destes 250,000 mortos.
No entanto, considerando que a então União Soviética tinha uma população de 180 milhões (quarenta e cinco vezes a população finlandesa), as baixas destes foram proporcionalmente maiores (1,0% da população finlandesa contra 0,27% da população da URSS).

Ainda que tenha perdido a guerra e tenha sido derrotada, a Finlândia tinha criado uma imagem de pequeno país belicoso, contra o qual mesmo uma grande potência poderia ter grandes dificuldades.

Mais importante, foi a imagem passada para o exterior pelo exército vermelho. O enorme exército da Rússia comunista, o maior do mundo, tinha levado meses para conseguir controlar uma pequena área de território, perante um inimigo quarenta e cinco vezes menor.

A debacle russa, será extremamente importante para Hitler, o qual, ainda não tinha começado a invasão da França, entendeu ser aquela a hora para desferir o seu mais audacioso golpe, invadindo a URSS tão rapidamente quanto possível.

Mas na própria Rússia, Estaline tinha percebido que as suas purgas tinham resultado na destruição do exército. Novas reformas radicais foram implementadas e um novo modelo de exército de ataque, pensado para atacar a Alemanha começou então a ser desenvolvido, baseado na criação de corpos de exército mecanizados. Este modelo de exército ainda estava em implementação quando 15 meses depois da derrota da Finlândia, foi a vez da Rússia ser atacada.

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