Caças FX-2 - Performance e alcance


Performance e alcance


Em relação à performance e alcance de cada um dos 3 concorrentes, os valores são variáveis e dependentes de múltiplos factores. São também de elevada importância para uma nação com as dimensões do Brasil, onde as distâncias entre as diversas regiões assumem valores na casa dos milhares de quilômetros.

O Rafale possui uma velocidade máxima de Mach 1,8, sendo capaz de aguentar altos níveis de stress a velocidade elevada, 9 G's positivos e até 3,2 G's negativos, tendo também uma capacidade de subida superior a 60.000 pés por minuto.
O Super Hornet possui valores relativamente próximos do Rafale, ainda que seja ligeiramente mais rápido em regime de after-burner.
O Gripen NG será capaz de atingir Mach 2, no entanto terá uma capacidade de subida ligeiramente abaixo dos seus concorrentes (55.000 pés por minuto).
De notar que qualquer dos 3 é capaz de atingir elevados níveis de esforço, típico em manobras de «dogfiht», sendo que o limite reside mais no piloto do que na aeronave. Em termos de subida, também é de notar que esse fator depende em muito das condições atmosféricas (umidade, correntes ascendente/descendentes), assim como da carga da aeronave.

Em termos de manobrabilidade o Super Hornet possui uma configuração que não é tão eficiente para o combate próximo - o «dogfight» - enquanto o Rafale e Gripen NG que possuem uma estrutura de asa em delta com canards na parte posterior da fuselagem, conseguem fazer viragens muito apertadas.
Porém, qualquer uma destas aeronaves utiliza mísseis ar-ar de curto alcance de última geração (como o AIM-9X, IRIS-T ou MICA IR,...) que não necessitam de estar numa posição à retaguarda do alvo para serem disparados.
Podem ser disparados a partir de qualquer incidência e acoplados a um capacete JHMCS (Joint Helmet Mounted Cueing System) basta ao piloto olhar para o alvo para este automaticamente ficar "iluminado" e o míssil pode ser disparado, tornando assim pouco relevantes as características de voo das aeronaves para este tipo de combate.

Outro factor importante na performance de voo é a relação da área da asa e o peso do avião. Quanto menor a área, maior o peso a sustentar pela asa e menores certas performances de voo.
No caso do Rafale, a área total das asas é de 45,7 m2 [1], o que com um peso normal de combate dará um rácio de 326kg/m2.
O SH apesar de ter uma asa mais estreita, possui uma envergadura de 13,62 m. (contra 10,80m. do Rafale), tendo uma área superior de 46,45m2, mas devido aos maiores pesos em todos os regimes de voo, acaba por ter um rácio de 453 kg/m2 com um peso em regime de combate normal.
O Gripen NG possuirá uma área de apenas 30m.2, derivados da sua pequena envergadura (8,4m.), mas essa área pequena, terá de dar sustentação a um avião leve, pelo que o seu rácio será de 336kg/m2, perfeitamente dentro dos valores normais de um caça ligeiro.
Estes valores devem ser vistos dentro de contextos variáveis e relacionados também com a potência dos seus motores. No entanto, se em termos de sustentação, o Rafale revela ser equivalente ou apenas ligeiramente superior ao Gripen NG, tanto Rafale quanto Gripen NG serão superiores ao SH. Em boa parte este facto deve-se tanto à configuração de asas destas aeronaves (que no caso de Rafale e Gripen NG recaiu pelo formato em delta), como também ao facto de por norma o SH carregar maior carga de armas/combustível.

Alcance


Em termos de alcance, a Dassault anunciou em 1995 que o Rafale de desenvolvimento (muito mais ligeiro que os de produção) teria feito um voo de 3020 milhas náuticas (aprox. 5481 Km’s) em menos de 6 horas e meia, no entanto, estes valores serão diferentes no Rafale F3. Ainda assim, fica claro o seu grande alcance.
Quanto ao Super Hornet, este terá um alcance ferry de 3.330 Km’s, e bons alcances com cargas pesadas, devido às boas prestações do seu motor e asas com boa sustentação.
O Gripen NG terá um alcance em regime de ferry de 4.000 Km’s, segundo foi assegurado pela própria Saab, foi também transmitido que numa missão de combate o Gripen NG poderá voar até 1.300 Km’s da sua base, permanecer por 30 minutos no local e efetuar o voo de retorno, estes valores contradizem a percepção de que um caça ligeiro monomotor como o Gripen NG teria no alcance o seu calcanhar de Aquiles, na realidade, devido ao seu peso ligeiro (que permite consumos mais reduzidos) e a um redesenho interno do Gripen (que lhe permite transportar mais 40% de combustível), este conseguirá atingir um alcance muito elevado, tendo ainda a vantagem de contar com o SuperCruise para se movimentar rapidamente entre grandes distâncias.
Todos utilizam um sistema de sonda "hose and drogue" para reabastecimento aéreo. No caso do Rafale a sonda é fixa, sendo que Gripen NG e SH utilizam uma sonda que recolhe para a fuselagem, evitando criar atrito. O SH, apesar de ser um avião norte-americano, não utiliza o sistema "Boom" utilizado pela maioria dos aviões norte-americanos (F-15, F-16, B-1, B-2,...), isto porque por ser um avião desenvolvido a pensar na U.S.Navy, adoptou o sistema "hose and drogue", tipicamente utilizado por aviões embarcados e também pelos U.S. Marines, este é também o sistema em uso pela FAB e será vital para que os KC-137, KC-130H e os futuros KC-390 sejam compatíveis com o novo caça.
A importância desta capacidade é enorme, ao permitir extender o alcance do vector aéreo e assim permitir que todo o território brasileiro esteja ao alcance desse avião, permite mesmo possuir a capacidade de lançar missões muito para além das fronteiras, garantindo que haja o combustível suficiente para efetuar a viagem e também participar em combates onde o consumo de combustível costuma aumentar de forma dramática.
Além do reabastecimento por aviões especializados, Rafale, SH e Gripen NG estão também habilitados a praticar reabastecimento "Buddy-Buddy", em que uma aeronave transportando vários depósitos de combustível sob as asas, vai abastecendo as outras aeronaves do grupo, usando para o efeito um depósito especial com uma mangueira extensível e um receptáculo na ponta (Basket), que efetuará a transferência de combustível.

[1] - N.A. m2 = metros quadrados


Autor: Ricardo Silva










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