Caças FX-2 - Armamentos
Em termos de armamento existem diferenças entre os 3 concorrentes que convém enunciar:
Canhões
O Rafale tem o Giat 30/791B com um calibre de 30 mm e 125 munições de reserva (do mesmo calibre dos canhões usados no Mirage 2000, mas mais moderno).
O Super Hornet utiliza o M-61 Vulcan de 20 mm (canhão-padrão dos aviões norte-americanos) do tipo gatling e com 581 munições de reserva (a grande quantidade de munições de reserva está ligada ao elevadíssimo ritmo de fogo deste canhão).
O Gripen NG utiliza o Mauser BK-27 (também utilizado pelo Eurofighter) com um total de 120 munições.
Rafale e Gripen NG possuem um canhão de calibre mais pesado, mas menor ritmo de fogo, o SH com um calibre menor, possui um maior ritmo de fogo, duas opções diferentes portanto.
Mísseis ar-ar
Para o combate ar-ar, o Rafale conta com os MICA nas versões IR (Infravermelhos) e EM (Radar), os velhos Magic II, e no futuro o potente míssil Meteor, um míssil desenvolvido por um consórcio europeu e que revolucionará a luta BVR (Beyond Visual Range). Impelido por um foguete de tecnologia Ramjet, o Meteor será capaz de atingir velocidades de Mach 4 e alcançar objectivos a mais de 100 Km's de distância. No momento do impacto, irá com uma energia cinética entre 3 e 6 vezes superior ao de outros mísseis da sua classe, tendo também capacidade de operar num ambiente de densas contramedidas electrónicas e a capacidade de receber actualizações em pleno de voo, inclusivamente de outros aviões (o R-99 teria neste aspecto um valor enorme). Resumindo, o MBDA Meteor é um míssil com capacidade BVR de muito longo alcance e pode complementar outros mísseis BVR com menor alcance como é o caso do Derby (alcance de 50 Km) em uso nos F-5 EM/FM da FAB.
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No caso do Super Hornet, o AIM-9 X de guia infravermelha seria o míssil de eleição para o combate ar-ar de curto alcance, é um míssil moderno e capaz de manobras extremas, para o combate BVR o AIM-120C-7 proporciona uma capacidade já comprovada em vários conflitos, no entanto, este míssil BVR tem um alcance e inércia cinética inferior ao Meteor. A Raytheon já está a trabalhar no ERAAM (uma versão com alcance maior do AMRAAM) e no FRAAM (um míssil que incorpora novas tecnologias) para colmatar estes défices, será um míssil na categoria do Meteor e resulta da cooperação entre norte-americanos e ingleses.
No caso do Gripen NG, a vantagem está no seu elevado nível de integração de armamentos de outras nações: utiliza tanto o AIM-9X, como o AMRAAM ou o Meteor, tendo mesmo realizado o primeiro disparo deste último. Pode também utilizar os MICA, o IRIS-T ou o Skyflash, e não deverá ter dificuldades para incorporar o Derby, MAA-1 ou outros em serviço na FAB.
Ataque ao solo
Em termos de ataque ao solo, o Rafale tem no Scalp EG (Storm Shadow na versão inglesa) uma potente arma de ataque à distância. Trata-se de um míssil de cruzeiro com características stealth e um alcance de 250 Km. No seu trajecto a muito baixa altitude, o míssil voa a velocidade subsónica e no final do voo identifica o alvo através de um sensor de infravermelhos passivo. É um míssil com capacidade de destruir alvos estratégicos e operar em ambientes de defesa anti-aérea densa, resistindo inclusivamente a modernos sistemas de jamming electrónico. Outro sistema a entrar ao serviço com o Rafale é o AASM (Armement Air-Sol Modulaire), baseado em bombas convencionais de 125kg ou 250Kg, inclui um kit com sistema INS/GPS (tal como o JDAM norte-americano) e possui uma precisão de 10 metros. Num upgrade recente, um sistema de busca infra-vermelho acoplado ao sistema INS/GPS, conseguiu melhorar a precisão, que chega a ser de um metro. O Rafale tem também entre o seu arsenal bombas guiadas por laser da família GBU, o míssil Apache que esteve na base do Scalp EG e que usa uma carga de 10 submunições para interditar o uso de pistas de aviação. Além destes sistemas de ataque ao solo, o Rafale será também capaz de atacar alvos navais, para isso pode usar os mísseis Exocet na sua versão mais recente: o MM40 Block 3, com um alcance de 180 Kms e que usa um novo sistema de navegação destinado a dar-lhe um voo com múltiplas mudanças de direcção e assim iludir sistemas de defesa anti-míssil, este míssil possui um impressionante currículo de combate, tendo afundado múltiplos navios na Guerra das Malvinas e na Guerra Irão-Iraque. O Rafale pode ainda usar bombas convencionais e roquetes ar-solo.
O Super Hornet usa a maioria das armas de ataque ao solo ao dispor da aviação norte-americana: Bombas JDAM, Bombas a laser Paveway (inclusivamente as Mark IV com designação dual GPS/Laser), mísseis AGM-65 Maverick (Em versões a Laser, infravermelhos e por TV, para uso contra blindados e outros alvos móveis ou estáticos), AGM-84 SLAM ER (Um míssil com capacidade de atacar alvos tanto em terra como no mar, estejam estacionários ou em movimento, e na sua versão K, é inclusivamente capaz de identificar um alvo autonomamente e atacá-lo de imediato, a mais de 150 Kms do seu local de lançamento), AGM-154 JSOW (Uma bomba planadora, capaz de atingir alvos a mais de 100 Kms de distância, usa um sistema INS/GPS para o voo e um sistema de infravermelhos para a aproximação final, dando-lhe uma grande precisão. Existem 3 versões: A - com uma carga de 145 BLU-97B, submunições capazes de atingir uma área extensa e causar danos a veículos e pessoas; B - Versão anti-tanque que usa 6 BLU-108/B que por sua vez carregam 24 submunições cada, estas possuem um sensor capaz de detectar carros de combate, e assim procurar um ângulo de ataque para o seu explosivo perfurante; C - com uma WDU-44 e uma WDU-45, estas duas cargas foram desenhadas para agirem em conjunto e destruírem alvos difíceis como bunkers. Existem ainda vários novos modelos em desenvolvimento que irão melhorar as capacidades desta arma de ataque de precisão), AGM-88 HARM (High speed Anti-Radiation Missile - Um míssil destinado a seguir as emissões de Radar de sistemas de defesa anti-aérea, conferindo ao SH capacidade de realizar missões SEAD), Bombas CBU (de submunições), Bombas de queda livre como as Mark82/83/84, roquetes de diversos calibres e ainda mísseis AGM-84 Harpoon (para uso anti-navio e capaz de atingir alvos a 280 Km de distância), e muitas outras armas se juntam a esta lista.
Este enorme arsenal de guerra tem a reputação de eficiência em várias guerras travadas pelos E.U.A. no Iraque, Afeganistão, Sérvia/Kosovo, Somália, Sudão (ataques aéreos em 1998),...e ainda será reforçado com outros equipamentos, como bombas SDB (Small Diameter Bomb, bombas de pequeno diâmetro mas com grande precisão, capazes de atingir diversos alvos evitando danos colaterais devido ao seu pequeno tamanho e carga explosiva) e outras armas de precisão.
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O Gripen NG também possui a versatilidade dos seus concorrentes, usando não só equipamentos norte-americanos e europeus, como também algumas armas de desenvolvimento Sueco, caso do míssil Taurus (desenvolvido em parceria com a Alemanha) capaz de atingir alvos a 350 Km’s de distância, usa uma ogiva dupla para perfurar o solo e explodir no interior de um bunker soterrado. A Suécia desenvolveu também o RBS-15 Mk II, um míssil anti-navio capaz de atingir alvos a mais de 70 Kms de distância e cujo alcance na versão Mk IV poderá chegar aos 1.000 Kms. Além destas armas, o Gripen tem demonstrado enorme polivalência e capacidade de integração de diferentes armamentos, como se tem comprovado com o Gripen da África do Sul que já incorporou tanto o Derby como o Darter-A. É neste ponto que o Rafale e SH se revelam menos flexíveis, sendo que a integração de armamentos de diferentes proveniências serão mais complicados.
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Outro factor importante neste capitulo, é a quantidade de pontos de encaixe de armamento que cada aeronave possui assim como a carga máxima que estes possam carregar, o Rafale possui 14 cuja capacidade de carga chega às 9 toneladas, o Super Hornet possui 11 pontos de encaixe, e a sua capacidade de carga é de 8 toneladas. O Gripen NG possuirá 11 pontos (9 no Gripen C/D) e uma carga de 6 toneladas, todos estes aviões têm pontos de encaixe (na fuselagem, ou nos pontos de asa próximos da fuselagem) que permitirão o uso de depósitos de combustível para aumentar a distância de combate, sendo também capazes de transportar um mix de armas ar-ar, ar-solo.
Título: Os caças do FX-2
Autor: Ricardo Silva
Os caças do FX-2 Sistemas, motorização e potência
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